O Poder do Hábito

Resumo livro O PODER DO HÁBITO - Charles Duhigg Porque fazemos o que fazemos na vida e nos negócios.

Um olhar sério sobre a ciência da formação e transformação dos hábitos – New York Times Book Review.

Uma pesquisa fascinante sobre como somos patologicamente comandados pelos hábitos – The Daily.

  

Resumo (orelha do livro):

Nas últimas duas décadas, neurologistas, psicólogos, sociólogos e publicitários finalmente começaram a entender como os hábitos funcionam — e, o mais importante, como podem ser transformados. Embora isoladamente pareçam ter pouca importância, com o tempo eles têm um enorme impacto nas nossas saúde, produtividade, estabilidade financeira e felicidade.

Em o poder do hábito entendemos por que algumas pessoas e empresas têm tanta dificuldade e mudar, enquanto outras parecem conseguir isso da noite para o dia. Descobrimos como os hábitos certos foram cruciais para o sucesso do nadador olímpico Michael Phelps, do diretor executivo da Starbucks Horward Schultz e do herói dos direitos civis Martin Luther King, Jr.

Charles Duhigg, repórter investigativo do New York Times, apresenta um argumento animador: a chave para se exercitar regularmente, perder peso, educar bem os filhos, se tornar uma pessoa mais produtiva, criar empresas revolucionárias e ter sucesso é entender como os hábitos funcionam. Transformar hábitos pode gerar bilhões e significar a diferença entre fracasso e sucesso, vida e morte.

Prólogo – A cura do hábito

Resumo: Relata a experiência de Lisa Allen. Começara a fumar e beber aos 16, lutara contra a obesidade. Aos 20 e poucos, tinha inúmera dívidas. Emprego mais longo menos de ano.

Aos 34 anos, não tinha dívidas, não bebia e estava no seu 39o. mês numa empresa de design gráfico.

Lisa era a participante favorita dos cientistas porque suas tomografias eram muito convincentes, muito úteis para criar um mapa no qual os padrões comportamentais — os hábitos — residem dentro de nossas mentes.

Relata o encontro do autor com um major no Iraque, que estudos os padrões de multidões e dizia que entender os hábitos foi a coisa mais importante que aprendeu no exército.

O autor conclui: agora sabemos por que os hábitos surgem,como eles mudam, e a ciência que há por trás de sua mecânica.Sabemos como dividi-los em partes e reconstruí-los de acordo com novas especificações. Entendemos como fazer as pessoas comerem menos, se exercitarem mais, trabalharem de forma mais eficiente e levarem vidas mais saudáveis. Transformar um hábito não é necessariamente fácil nem rápido.Nem sempre é simples.

Mas é possível. E agora entendemos como.

PARTE UM – OS HÁBITOS DOS INDIVÍDUOS.

  1. O loop do hábito – como os hábitos funcionam.

Resumo: Relata pesquisas no departamento de Ciências Cerebrais e Cognitivas do MIT. 

Relata o loop de três estágios dentro do cérebro. Primeiro, há uma deixa (um clique), um estímulo que manda seu cérebro entrar em modo automático, e indica qual hábito ele deve usar. Depois há a rotina, que pode ser fisica, mental ou emocional. Finalmente, há uma recompensa, que ajuda seu cérebro a saber se vale a pena memorizar este loop específico para o futuro.

Ao longo do tempo, este loop — deixa, rotina, recompensa; deixa, rotina, recompensa — se torna cada vez mais automático. A deixa e a recompensa vão se entrelaçando até que surja um poderoso senso de antecipação e desejo. Por fim, um hábito nasce.

Os hábitos não são inevitáveis. Como explicam os dois capítulos seguintes, eles podem ser ignorados, alterados ou substituídos. Mas a descoberta do loop do hábito é tão importante porque revela uma verdade básica: quando um hábito surge,o cérebro para de participar totalmente da tomada de decisões. Ele para de fazer tanto esforço, ou desvia o foco para outras tarefas. A não ser que você deliberadamente lute contra um hábito — que encontre novas rotinas — o padrão irá se desenrolar automaticamente.

Os hábitos nunca desaparecem de fato. Estão codificados nas estruturas do nosso cérebro, e essa é uma enorme vantagem para nós, pois seria terrível se tivéssemos de reaprender a dirigir depois de cada viagem de férias…

Sem os loops dos hábitos, nossos cérebros entrariam em pane, sobrecarregados com as minúcias da vida cotidiana. Ao mesmo tempo, no entanto, a dependência do cérebro de rotinas automáticas pode ser perigosa. Muitas vezes, os hábitos são tanto uma maldição quanto um benefício.

Os pesquisadores descobriram que as deixas podem ser qualquer coisa, desde um estímulo visual, como um doce ou um comercial de tv, até certo lugar, uma hora do dia, uma emoção, uma sequência de pensamentos ou a companhia de pessoas específicas. As rotinas podem ser incrivelmente complexas ou simples. As recompensas podem variar desde comida ou drogas, ou mesmo sentimentos de orgulho que acompanham elogios ou auto-congratulações.

Os hábitos são poderosos, mas delicados. Eles dão forma a nossa vida muito mais do que percebemos — são tão fortes, na verdade, que fazem com que nossos cérebros se apeguem a eles a despeito de todo o resto, inclusive  o bom-senso.

  1. O CÉREBRO ANSIOSO. Como criar novos hábitos.

Resumo: Claude C. Hopkins foi um bem sucedido executivo americano do setor de publicidade. Sua psicologia era fundamentada em duas regras básicas:

– Ache uma deixa simples e óbvia.

– Defina claramente as recompensas.

No entanto, as duas regras de Hopkins não são suficientes. É importante criar um anseio. E esse anseio é que faz com que as deixas e recompensas funcionem. Esse anseio é o que alimenta o loop do hábito.

Pense no exemplo do cigarro. Quando um fumante vê um maço de cigarro seu cérebro começa a esperar uma dose de nicotina. A simples visão do cigarro é suficiente para que o cérebro anseie por uma dose de nicotina. Se essa dose não chega, o anseio cresce até o fumante, sem pensar, estenda a mão e pegue o cigarro.

Para as empresas, entender a ciência dos anseios é algo revolucionário. São os anseios que impulsionam os hábitos. E descobrir como criar um anseio torna mais fácil criar um novo hábito.                     

  1. A REGRA DE OURO DA MUDANÇA DE HÁBITO. Por que a transformação acontece

Nunca se pode realmente eliminar os hábitos ruins. Em vez disso, para mudar um hábito, você precisa manter a velha deixa e oferecer a velha recompensa, mas inserir uma nova rotina.  Quase todo comportamento pode ser transformado se a deixa e a recompensa continuarem as mesmas. 

Neste capítulo são relatados casos de sucesso do treinador americano Dungy e os estudos acadêmicos sobre o A.A.

Como os hábitos mudam? Não há uma série específica de passos. Um hábito não pode ser erradicado — ele deve, em vez disso, ser substituído. A regra de ouro deve ser aplicada: manter a mesma deixa, inserir nova rotina, manter a mesma recompensa. Mas para que um hábito continue mudado, as pessoas precisam acreditar (ter fé) que a mudança é possível. E na maior parte das vezes, a fé só surge com a ajuda de um grupo.

E, como descobriram os cientistas, não são apenas as vidas individuais que podem ser mudadas quando alguém dedica atenção aos hábitos. Também podem mudar as empresas, organizações e comunidades.

PARTE DOIS- OS HÁBITOS DE ORGANIZAÇÕES BEM-SUCEDIDAS

  1. HÁBITOS ANGULARES, OU A BALADA DE PAUL O´NEILL – Quais hábitos importam mais.

Paul O´Neil, ex-burocrata do governo, assumiu a Alcoa numa crise. Após a primeira reunião dos acionistas, um analista disse: A diretoria pôs um hippie maluco no comando, e ele vai afundar a empresa. Um ano depois, a empresa teve um lucro recorde. No tempo em que ele ficou na empresa, os dividendos pagos pela empresa atingiram 100% do valor do capital e as ações valorizam cinco vezes.

Como ele fez isso: atacando um único hábito e então observando as mudanças se espalharem por toda a organização. Ele acreditava que alguns hábitos têm o poder de iniciar uma reação em cadeia, mudando outros hábitos conforme eles avançam através de uma organização. Os hábitos angulares são aqueles que, quando começam a mudar, desalojam e reformulam outros padrões. No caso da Alcoa, ele focou na questão de Segurança, buscando zero de acidentes. 

Na literatura, chama-se pequenas vitórias. As pequenas vitórias que começaram com o foco na segurança criaram um clima em que todos os tipos de novas ideias pipocavam.

Neste capítulo ainda temos a história de Michael Phelps, culminando com uma vitória e recorde com os óculos de natação estragado. Ao final, ele declarou que foi uma vitória a mais numa vida inteira cheia de pequenas vitórias.

Outras empresas que usaram os hábitos angulares: 

  1. a) IBM – Lou Gerstner: as rotinas de pesquisa e vendas da IBM.
  2. b) McKinsey & Company: críticas internas abrangentes para cada tarefa.
  3. c) Goldman Sachs: avaliação de risco como alicerce de cada decisão.
  1. STARBUCKS E O HÁBITO DO SUCESSO – Quando a força de vontade se torna automática.

Se você quer fazer alguma coisa que exige força de vontade – como sair pra correr depois do trabalho -, precisa preservar seu músculo da força de vontade durante o dia. Se você gastá-lo cedo demais em tarefas entediantes, toda a força terá se dissipado quando você chegar em casa.

Pesquisadores procuravam testar porque os hábitos funcionam para determinadas pessoas e para outras não. Na Starbucks, por exemplo, os funcionários aprenderam a ter instruções claras (e desenvolvidas por cada um) de como lidar com os pontos de inflexão (reclamações, filas, etc.): uma rotina automática para seguiram quando os músculos da força de vontade estivessem frouxos.

O homem que levou a Starbucks ao sucesso teve várias dificuldades na vida. No entanto, relata que sua mãe, sempre dizia que ele seria a primeira a pessoa da família a ir para a faculdade, ser um profissional, deixar todos orgulhosos. E com as perguntas — Como você vai estudar hoje? O que vai fazer amanhã? Como você sabe que está pronto para sua prova? — o treinou a estabelecer metas. Ele diz: na realidade dei sorte. E realmente acredito que, se você diz às pessoas que elas possuem o que é necessário para dar certo na vida, elas provam que você tem razão.

O simples ato de dar aos empregados um senso de autonomia — uma sensação de que estão no controle, de que têm autoridade para tomar decisões — pode aumentar radicalmente o grau de energia e o foco que eles dedicam ao emprego (relatam estudos acadêmicos e experiências em empresas). Como disse o vice-presidente da Starbucks: as pessoas querem estar no controle de suas vidas.

  1. O PODER DE UMA CRISE – Como os líderes criam hábitos através do acaso e da intenção.

Não existem organizações sem hábitos organizacionais. Há apenas lugares onde eles são concebidos deliberadamente, e lugares onde são criados sem planejamento; por isso muitas vezes brotam de rivalidades ou do medo (relata casos acontecidos no Rhode Island Hospital).

Em 1982, Nelson e Winter escreveram: Boa parte do comportamento de uma empresa é melhor entendida como um reflexo de hábitos gerais e orientações estratégicas provenientes do passado da empresa e não como resultado de uma pesquisa detalhada dos ramos remotos da árvore de decisões. 

Mas um dos benefícios mais importantes das rotinas é que elas criam tréguas entre grupos ou indivíduos potencialmente conflitantes dentro de uma organização.Criar uma organização bem sucedida não é apenas questão de equilibrar autoridade. Para que uma organização funcione, os líderes precisam cultivar hábitos que tanto criem uma paz real e equilibrada quanto, paradoxalmente, deixem absolutamente claro que está no comando.

Após relatar um grande incêndio no metrô de Londres, o autor diz que crises são tão valiosas que às vezes vale a pena avivar um senso de catástrofe iminente em vez de deixar a coisa assentar. Bons líderes aproveitam crises para reformular hábitos organizacionais. 

  1. COMO A TARGET SABE O QUE VOCÊ QUER ANTES QUE VOCÊ SAIBA: Quando as empresas preveem (e manipulam) hábitos.

Perguntaram a Andrew Pole, estatístico da Target,: Seus computadores conseguem descobrir quais clientes estão grávidas, mesmo se elas não quiserem que a gente saiba?

Uma pesquisa realizada em 2010 estimou que o pai ou mãe medio gasta 6.800 dólares em produtos de bebê antes do primeiro aniversário de uma criança. Mas estes valores são insignificantes perto de outras compras que são feitas por pais (mães exaustas ou pais insones): comprar no mesmo lugar papinha, fraldas, produtos de limpeza, toalhas, roupas de baixo, etc. etc..no mesmo lugar. O céu é o limite.

Além das questões legais, surgiu uma dúvida: como as mulheres vão reagir quando perceberem o quanto a Target sabe?

Como você se aproveita dos hábitos de uma pessoa sem deixar que ela saiba que você está estudando cada detalhe de sua vida?

No capítulo, também são relatados caso da música Hey Ha. Um aplicativo (Hit Song Science) calculou que era seria um grande sucesso. No lançamento, um grande desastre. 

A pergunta: Como você transforma uma música num hit? foi respondida no texto.

A conclusão para ambas as questões: vestindo uma coisa nova numa embalagem velha, e fazendo que o desconhecido pareça familiar.

Seja vendendo uma nova música, uma nova comida ou um novo berço, a lição é a mesma: se você veste alguma coisa nova e hábitos antigos, fica mais fácil para o público aceitá-la.

A solução para os anúncios era colocar outros produtos que a pessoa já comprara, e os anúncios de coisas de bebê pareceriam aleatórios.

No caso da música, foi tocá-la entre duas músicas grudentas.

PARTE TRÊS: OS HÁBITOS DE SOCIEDADES

  1. SADDLEBACK CHURCH E O BOICOTE AOS ÔNIBUS DE MONTGOMERY- Como os movimentos acontecem.

Este capítulo relata três histórias:

– o início do movimento pela fim da segregação racial, que começou com o boicote aos ônibus em Montgomery (onde vivia Luther King).

– as pesquisas doe Doug McAdam (Unv. Arizona) sobre o porquê de algumas pessoas terem participado e outras não do Freedom Summer (programa de 10 semanas de alistamento de eleitores negros no Sul dos EUA)

– a criação da Saddleback Church.

Segundo os historiadores e sociólogos, um movimento ocorre em três estágios:

– Um movimento começa devido aos hábitos sociais de amizade e aos laços fortes entre conhecidos próximos.

– ele cresce devido aos hábitos de uma comunidade e aos laços fracos que unem vizinhanças e clãs.

– ele perdura porque os líderes de um movimento dão aos participantes novos hábitos que criam um novo senso de identidade e um sentimento de propriedade.

Os movimentos não surgem porque todo mundo de repente decide olhar na mesma direção ao mesmo tempo. Eles dependem de padrões sociais que começam com os hábitos de amizade, crescem através dos hábitos comunitários e são sustentados por novos hábitos que mudam a noção de identidade dos participantes.

  1. A NEUROLOGIA DO LIVRO-ARBÍTRIO – Somos responsáveis pelos nossos hábitos?

Neste capítulo o autor mostra dois casos: Angie Bachmann (viciada em jogo) e Thomas (assassinou a esposa).

Ele matou a esposa. No julgamento, após análise de um especialista em distúrbio de sono, comprovou-se que ele reagiu automaticamente a uma percepção de ameaça. Estava obedecendo o instinto de lutar contra um agressor e proteger uma pessoa amada.

Antes de ser posto em liberdade, o chefe da promotoria disse que o réu estava dormindo no momento do assassinato e que sua mente não tinha controle do que o corpo estava fazendo.

No caso da jogadora, a lei não interpretou que o hábito do jogo estava acima das razões.

Em resumo, talvez um assassino sonâmbulo possa argumentar de forma plausível que não estava ciente do seu hábito, e que portanto não é responsável por seu crime. Mas, uma vez que você entende  que os hábitos podem mudar, você tem a liberdade e a responsabilidade de transformá-los.

FInal….

O apêndice do livro apresenta um guia para o leitor de como usar estas ideias.

Boa leitura e bom proveito.